Desde há muito tempo, que os trabalhadores vêm tentando formas de se organizarem, com vista a melhor defenderem os seus interesses de classe, que o mesmo é dizer, procurarem a melhoria das suas condições de vida.
No caso concreto dos trabalhadores vidreiros, já, noutro local do nosso “site”, registámos o aparecimento das Associações de Classe dentro deste sector, nos finais do século XIX, que deram origem ao Sindicato Vidreiro na terceira década do século XX.
Foi assim que juntos e de uma forma colectiva, os trabalhadores começaram a negociar com as entidades patronais, novas regras nas relações de trabalho, deixando desde aí, de ser só o patrão a decidir as condições de trabalho nas fábricas, sendo essa a origem da contratação colectiva.
Pode afirmar-se, sem qualquer receio de erro, que, não fora esta forma de organização e a exploração dos trabalhadores seria bem mais intensa, reflectindo-se essa situação em todas as áreas da vida, nomeadamente na económica, social, cultural e mesmo política.
O que então se passou há muitas décadas atrás, não perdeu o significado. Antes pelo contrário! O patronato ao longo dos tempos tem vindo a encontrar novas e mais sofisticadas formas de exploração, mas também a organização dos trabalhadores em torno dos seus sindicatos, tem criado o contrapoder indispensável que vem permitindo que não seja apenas o capital a impor as regras, ou mesmo o funcionamento das relações de trabalho com ausência de quaisquer parâmetros ou limitações.
Têm sido os trabalhadores sindicalizados, que têm garantido a continuidade dos sindicatos ao longo dos tempos, porque é de entre eles que são recrutados os dirigentes e os delegados sindicais e são estes, desenvolvendo acções que visam a melhoria das suas condições de vida e de trabalho, nomeadamente através da contratação colectiva e muitas vezes incentivando para a luta, que vão criando as condições para que se desenvolva a consciência de classe no seio dos trabalhadores.